O TRIO ELÉTRICO FOI UMA INVENÇÃO DE PARAIBANOS

Wills Leal
O jornalista e escritor Wills Leal, após vários anos de pesquisa, divulgou um fato que, certamente, mexeu com os brios dos baianos: o inventor do trio elétrico não foram eles e sim os paraibanos. No livro NO TEMPO DO LANÇA-PERFUME, o pesquisador informa, baseado em fotos e noticias divulgadas nos jornais da época, que desde o carnaval de 1939 que paraibanos colocavam nas ruas, durante o carnaval, equipamentos que hoje se convencionou chamar de trio elétrico. Esses históricos carros, mostra o livro,  tinham uma estrutura de madeira em cima de veículos motorizados, gerador (ou potentes baterias ), serviço de amplificação de som, músicos tocando instrumentos de cordas e placas publicitárias afixados nos seus diversos lados.
O primitivo trio paraibano, segundo o livro, é, portanto, onze anos mais antigo do que o fabricado pelos baianos.
A revelação do pioneirismo dos paraibanos, com muitos detalhes, ocupa várias páginas do livro. São divulgadas fotos dos anos 30 e 40 mostrando veículos especiais, nos carnavais de João Pessoa, exibindo tablado montado em cima de veículos motorizados, com som, bonecos alegóricos, iluminação elétrica e anúncios.
Newton Monteiro
O primitivo trio elétrico· paraibano foi obra de Newton Monteiro, um conhecido técnico de motores e eletricidade; do major Ciraulo, um grande folião; e de um grupo de músicos, ligados ao brasileiro-­inglês-holandês Oliver von sten. O primitivo trio de 1939 foi aperfeiçoado durante a guerra, com a participação do compositor Genival Macedo, objetivando divulgar, em solo paraibano, a  nova invenção do carnaval pernambucano : o frevo.        
Foi então construida um super estrutura, denominada de Palácio do Frevo.  “ Era uma espécie de edifício moderno, com 3 metros de altura - diz Genival Macêdo - montado num Chevrolet, modelo 39, com um bom som e tocando exclusivamente o ritmo do momento, que era o frevo". o palácio carnavalesco ambulante fez muito sucesso nas ruas centrais de João Pessoa, seguido de muitos foliões, nos carnavais do início da década 40.
Primitivo carro carnavalesco com sistema de som e publicidade de Newton Monteiro.